quinta-feira, 13 de junho de 2019

Review: GODZILLA - KING OF MONSTERS

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Quando o primeiro filme da nova "era" de Godzilla foi lançado, em 2014, pouco se apostava no título. Claro que todos tinham uma certa tranquilidade de que o filme não morreria na praia, mas pouca gente esperava um grande impacto.

Com orçamento de aproximadamente US$160 milhões, o filme arrecadou, só no final de semana de estreia, mais de US$90 milhões. Ao longo do tempo a renda acumulada líquida seria quase 5 vezes o investimento na produção. Números bem agradáveis.

Para além da questão da grana, Godzilla (2014) mudou a forma de se trabalhar criaturas gigantescas no cinema. Eles realmente colocaram um lagarto de proporções apocalípticas no centro da tela. Mudou-se também a própria narrativa sobre o surgimento do gigante. Ele não seria fruto de contaminação tóxica ou radioativa a partir de testes nucleares. No filme de 2014, Godzilla - e não tão somente ele - é o remanescente de uma espécie de gigantes (titãs) que existiram quando o planeta terra era centenas de vezes mais radioativo. E o vínculo dos monstros com a questão nuclear foi assegurado: alimentam-se de radiação. O argumento fecha e fica coerente, claro, para a história de titãs avassalando o planeta.

Pois então o lagartão vence seus inimigos, dois monstros para ninguém botar defeito, e volta para seu sono mar adentro. História bem contada, produção de primeira, destruição em massa, tudo à altura de Godzilla.

Eis que vem, em 2019, cinco anos depois, o aguardadíssimo Godzilla: Rei dos Monstros, que apresenta uma nova parte da história: os primeiros monstros eram só os primeiros mesmo. Outros 17 estão para nascer ao redor do planeta e Godzilla é, talvez, o mais poderoso deles.

O trailer vendia a ideia de que o mundo estaria largado ao desamparo nas mãos, patas, garras, presas e asas de monstros titânicos e incontroláveis. Mas Godzilla: Rei dos Monstros fica bem aquém disso tudo. O filme se perde. A história fica confusa. Toda a ideia dos titãs é transformada em uma trama desconexa. Mal se sabe o que acontece mundo afora. Não se mostra direito os 17 titãs. Tudo vira uma bagunça.

Vamos lá.

PRODUÇÃO

Godzilla: Rei dos Monstros é um filme do tipo de ficção científica com destruição em massa, de alto orçamento, com nomes de peso entrando e outros saindo do elenco principal. A produção custou aproximadamente US$170 milhões.

Gênero: Ficção, Ação e Fantasia

Direção: Michael Dougherty
Roteiro: Michael Dougherty e Zach Shields
Elenco principal: Kyle Chandler, Vera Farmiga, Millie Bobby Brown, Ken Watanabe, Charles Dance

Orçamento estimado: US$170.000.000,00

Lançamento: Maio, 2019

PONTOS ALTOS

Efeitos Visuais: Este já era um dos pontos mais altos do primeiro filme, mas ficou melhor nesta continuação. Os monstros estão mais trabalhados, bem como todos os efeitos visuais relacionados a eles. O nível de detalhamento em Mothra, Rodan, Godzilla e Ghidorah é sensacional.

Grandiosidade: Neste filme o elemento da grandiosidade foi muito bem resguardado. Os monstros e seus efeitos no mundo ficaram maiores e mais devastadores. A sensação de quão pequenos somos diante destas criaturas é um dos elementos abstratos mais importantes no filme e foi muito bem trabalhada.

PONTOS BAIXOS

Confusão: Tudo que foi levantado por Godzilla (2014) foi meio que abandonado pela segunda parte da história. Um aparelho capaz de emitir sinais sonoros que "controlam" os monstros foi a pior opção como elo comum dos plots. Pouco se entende sobre tudo o que está acontecendo. Os personagens não são explorados direito ou parece que a eles faltam elementos que os vinculem, os ancorem, na história. O personagem Mark aparece de repente, tendo sido buscado pela equipe da Monarch e, de repente, se torna um especialista em Godzilla e outros titãs, inclusive antevendo comportamentos que a equipe de 'especialistas' não percebe. Os "doutores" se resumem a alívios cômicos (Dr. Stanton) ou confusão (Dra. Chen) com tudo o que está acontecendo. A Monarch parece ter se transformado em uma mega-corporação de nível global que tem bases gigantescas em todo tipo de lugar. Isso também ficou muito fora do eixo de uma corporação de pesquisa, como retratada em Godzilla (2014) e Kong: Ilha da Caveira.

Titãs Abandonados: O que a audiência em grande parte esperava era conhecer os titãs que habitavam o mundo. Cada qual com sua particularidade. Isso mal é retratado no filme. Vira tudo uma bagunça. As coisas acontecem muito rápido. Não dá para conhecer nenhum titã direito, exceto Rodan, Mothra e Ghidorah (além do Godzilla). Isso foi péssimo.

Falta de Surpresa: Talvez um outro erro grave tenha sido apresentar Ghidorah logo de primeira. O monstro-vilão principal é mal explicado e mal sustentado. O argumento e o roteiro ficaram de lado para o espetáculo visual. Uma pena.

Nota: 6/10

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