Apesar de constarem em peso no cinema de terror desde o inegável sucesso de Brinquedo Assassino (Child's Play), as bonecas e bonecos fazem parte do Universo do Sinistro deste os tempos antigos.
Efígies no Egito Antigo
No Egito Antigo, efígies (representações de pessoas em pedra, pinturas, etc.) eram criadas como forma de homenagear ou eternizar um pessoa - geralmente importante.
É sabido que os inimigos do faraó Ramsés II fizeram efígies suas com o propósito de atentar contra sua vida. Bonecos de pedra que por séculos e séculos serviram como guardiões e propagadores de maldições e pactos sombrios pelo mal ou a morte de alguém.
Bonecos de Vudu na África
Já na África, tribos e cultos religiosos acreditavam que alguns bonecos e bonecas feitas de pano poderiam ajudar a agradar os espíritos de entes queridos e familiares mortos, de forma que protegessem a família, o lar ou suas terras.
No entanto, estes bonecos também eram usados para o mal, quando feiticeiros, bruxas e cultos sinistros usavam os bonecos para - na verdade - amaldiçoar a pessoa que o boneco homenageava. Pregos quentes eram usados para perfurar o boneco, bem como sangue fresco de galinha e outros elementos ritualísticos compunham o cenário.
As Bonecas Assombradas da Cultura Pop
Quando o primeiro filme de Brinquedo Assassino (Child's Play) estreou em 1988, seu impacto foi imediato. Um assassino insano tem sua alma presa ao corpo de um boneco adorável. O grande truque do filme foi, sem dúvidas, transformar um solícito e inofensivo boneco em um assassino frio, com humor mortal e doses extras de fúria vingativa. Prova deste sucesso foi o legado do longa dirigido por Tom Holland, que rendeu 6 outros filmes, sem contar o recém-lançado Brinquedo Assassino (2019).
Mas a ideia de trabalhar com bonecos assombrados meio que ficou acoplada à saga de Chucky por anos e anos, apesar de alguns filmes da época tentarem pegar o vácuo de Brinquedo Assassino, com os filme Boneca Assassina e The Puppet Master.
No entanto, tudo mudou com a chegada do Universo de Invocação do Mal. De forma brilhante, o diretor James Wan soube, no início de Invocação do Mal, dar um apanhado geral do tamanho do mundo sobrenatural do casal Ed e Lorraine Warren. De acra, a boneca Annabelle é apresentada e tem-se, nela, a percepção de que, entre todos os itens ali, ela estaria entre os mais perigosos. E Wan usa este elemento de forma sutil ao longo do filme, até que, pouco depois, o filme Annabelle estreia e dá o tamanho do problema envolvido com a boneca.
Nesse lastro, filmes como "The Boy" com o boneco Brahms, também tiveram boa recepção do público e críticas positivas.
Na Vida Real
Apesar de o cinema, os jogos e a literatura serem os grandes responsáveis pela popularização dos "bonecos assombrados" em pleno século XXI, é preciso lembrar que estes 'itens' sempre estiveram circulando entre nós.
E não precisamos voltar ao Egito Antigo ou à África Antiga para nos depararmos como casos 'reais' de bonecos assombrados, possuídos ou amaldiçoados.
Annabelle
A boneca Annabelle hoje é uma celebridade. Mas, sua versão da vida real, é bem diferente daquela do cinema. A verdadeira Annabelle é uma boneca de pano bem simples, que foi 'resgatada' pelo Casal Warren quando duas jovens chamaram pelos demonologistas.A história real conta que uma mãe comprou a boneca para sua filha, estudante de enfermagem, no final da década de 1960. A garota morava com uma amiga e ambas adotaram a boneca. No entanto, quando perceberam coisas estranhas relacionadas ao brinquedo, resolveram pedir que um medium estudasse a boneca. O médium informou às amigas que a boneca era a hospedeira do espírito de uma criança morta, chamada Annabelle. Até aí, as amigas imaginaram, tudo bem. No entanto, com o passar do tempo, o comportamento da boneca mudou de tom e as jovens começaram a se assustar, chamando o casal Warren, que apanhou a boneca e a manteve longe do mundo em seu porão.
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