sábado, 18 de maio de 2019

Review: THE HEAD HUNTER



Nós assistimos ao screener (cópia exclusiva para review) enviado pela produção do filme The Head Hunter. Em uma gratificante cortesia do produtor e diretor de fotografia Kevin Stewart, o Canal Terror teve a oportunidade de assistir ao filme que não tem data para chegar ao Brasil.

Segue nosso review.

Produção

The Head Hunter é um filme do tipo low budget, de baixo orçamento, feito na raça, usando o melhor que os orçamentos curtinhos podem oferecer. Filmado em belíssimas locações reais nos Estados Unidos, Noruega e Portugal, o filme tem 72 minutos e custou - pasmem - US$30.000,00 aproximadamente.

Gênero: Fantasia e Terror

Direção: Jordan Downey
Roteiro: Kevin Stewart e Jordan Downey
Elenco principal: Christopher Rygh

Orçamento estimado: US$30.000,00

Website: https://www.theheadhuntermovie.com/

Lançamento: Abril, 2019

Pontos Altos

Ambientação

Sem dúvida alguma, um dos grandes méritos do filme é sua ambientação, que é impecável. Somos atraídos para dentro da história. O cenário em volta do personagem Father (Christopher Rygh), principalmente, é poderoso. Sua solidão e sofrimento está refletida em cada pedaço de sua pequena propriedade, sua casa e seu comportamento. Som e imagem convergem em balanço de extrema harmonia quando Father estão na tela, seja em dor, seja em ação.

As locações maravilhosas do filme colaboram para dar-nos a necessária imersão para compreender o espaço-tempo onde tudo acontece, bem como o isolamento, força-motriz de toda a ambientação. O trabalho com os detalhes no cenário é de primeira. A casa onde o personagem passa grande parte do tempo é seu pleno reflexo, e todos os detalhes nela criados pela equipe de produção são retrato de um perfeccionismo apaixonado.

A ideia de apresentar a rotina do personagem de forma fria, desapaixonada, acaba por criar uma profundidade maior, que realça o tal isolamento, o luto permanente, a força de vontade, as perícias e a disciplina do personagem.

Atuação poderosa

Convehamos. Não é nada fácil fazer um filme com um personagem que fala pouco. Principalmente se só existe este personagem no filme. Apesar de toda a dor que o personagem Father carrega consigo, extremá-la em tela o tempo todo seria a receita de um fiasco. Para contornar a falta de diálogos, cria-se a necessidade de mostrar Father 'trabalhando' e todas as consequências bizarras de seu 'trabalho'.

Aí entra o poder de Rygh em segurar nos ombros todo o resto. De nada adiantariam todos os truques de filmagem, as tomadas amplas, as paisagens épicas e tudo mais, se não estivessem todos ligados uns aos outros por um personagem que, mesmo sem muitos momentos de fala ou de pensamento narrado, consegue nos concentrar no eixo-principal, o tempo todo.

Roteiro, Argumento e Direção

Uma das grandes provas da qualidade do roteiro e da direção de The Head Hunter é que, quando se termina o filme e fica-se sabendo que foi feito com orçamento de US$30 mil, é quase chocante. Fazer tanto com tão pouco.

No entanto, é preciso ressaltar que, com ou sem dinheiro sobrando, não pode haver bom futuro para qualquer filme que não possua uma boa história e gente habilidosa para conta-la. Deste problema não sofre o filme aqui em foco.

O diretor Jordan Downey sabe de suas limitações e não provoca seus limites de forma irresponsável. Ele sabe para onde ir e como sustentar esse caminho. As imagens ressaltam seus dramas e as emoções do personagem recebem o devido realce na tela.

O roteiro, a cargo de Kevin Stewart e Downey tem o grande mérito - talvez o maior mérito de toda a parte de produção - de não querer reinventar a roda, de não dar o passo maior que a perna. E atende plenamente ao que se propõe. O argumento de toda a trama é uma ótima ideia, contada de forma precisa e bem articulada com as opções disponíveis.

Pontos Baixos

Mais tensão

Fica-se claro que a produção do filme optou por não correr o risco de ridicularizar sua obra abrindo mão do mistério criado enfiando goela abaixo do público criaturas que não estivessem à altura do personagem e da ambientação. Resumindo: seria horrível para o filme se Father lutasse com bonecos mal-feitos e datados, correndo o risco de ridicularizar a própria obra.

Assim, de forma inteligente, o filme opta por apenas mostrar as cabeças dos monstros mortos, os troféus de Father, pelos quais ele parece ser muito bem pago. E as cabeças-troféus são bem feitas e isso não atrapalha em nada a qualidade do filme ou sua trama.

No entanto, faltou, talvez, mostrar um pouco da caçada, do mundo de criaturas que Father enfrenta. Para isso não seria necessário encarecer todo o projeto com criaturas feitas no computador, etc. A nós, público, bastariam truques de câmera, sons sinistros, sombras e a ideia de algo mais acontecendo. Talvez seja neste ponto que a cautela pesou contra e o risco teria permitido a nós uma experiência mais assustadora com o mundo em que vive Father.

Nota: 8/10


SOBRE ESTE REVIEW

O Projeto Canal Terror (que envolve este blog/podcast TerrorCast e nossa comunidade online no Facebook, o Canal Terror) fica extremamente feliz em receber o material da produção para análise, externa seus agradecimentos a toda equipe de The Head Hunter, em especial ao produtor Kevin Stewart, que foi extremamente cortês conosco.

Se você tem um filme e quer nossa revisão, fale conosco em projetocanalterror@gmail.com.

Trailer:


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